Bebidas alcoólicas fazem bem ou mal ao coração?

Bebidas alcoólicas fazem bem ou mal ao coração?

Bebidas alcoólicas fazem bem ou mal ao coração? #InstanteBiotec 64



Às vezes temos a impressão que a ciência está sempre mudando de ideia. Uma hora dizem que bebida alcoólica faz mal a saúde, depois aparecem falando que tomar vinho protege o coração. Afinal, qual é o certo? Pesquisas mostram que o consumo leve a moderado de álcool está associado à redução do risco de doenças cardíacas em certos grupos de pessoas. A relação entre o álcool e o risco de morte por doença coronária cardíaca é como uma curva em forma de J ou U. Isso significa que ingestão leve a

moderada de álcool possui um caráter cardioprotetor, enquanto a ingestão elevada está relacionada a anormalidades e a doenças cardiovasculares. No entanto, os mecanismos envolvidos nos efeitos protetores e tóxicos do álcool não são completamente compreendidos. Mas isso começou a mudar, um grupo de pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da USP encontrou algumas respostas. Para estudar como o álcool protege o coração de problemas cardiovasculares, eles criaram um modelo da d oença. Para

isso, utilizaram corações de camundongos que eram mantidos vivos fora do corpo dos animais através de um sistema artificial. Para simular a isquemia, que é quando o músculo cardíaco para de receber sangue, os cientistas interrompiam por 30 minutos o fluxo da solução nutritiva que alimentava o coração. Depois desse período, o fluxo nutritivo recomeçava e os pesquisadores analisavam quanto do tecido cardíaco havia morrido. Quando o fluxo nutritivo para, as células do coraçã o passam a produzir uma

molécula reativa chamada 4-HNE, que quando está em excesso destrói as células. Mas, nós temos uma enzima chamada aldeído desidrogenase-2 (ALDH2) que transforma os aldeídos, como a 4-HNE, em substâncias menos tóxicas. Ou seja, ela evita que a 4-HNE destrua as células do coração. Outra característica dessa enzima é que ela também transforma o acetaldeído, que vem da quebra do álcool no fígado, em ácido acético. E é aí que está o começo da resposta para a proteçã o. Para entender o papel do álcool e

da enzima, os pesquisadores fizeram alguns experimentos com os corações: Em um dos grupos, os corações sofreram isquemia, mas não receberam tratamento com álcool e isso resultou em morte de cerca de 50% das células; O próximo grupo recebeu, antes da isquemia, uma solução contendo álcool, o equivalente a 2 latas de cerveja ou 2 taças de vinho para um homem adulto; Essa quantidade moderada de álcool segue a recomendação da Organização Mundial da Saúd e, que é de até uma dose por dia para mulheres,

ou seja, 18 gramas de álcool, e até duas doses para homens. Neste grupo foi observado uma morte menor de células, cerca de 30%. Além disso, eles também viram que a enzima estava duas vezes mais ativa do que no grupo anterior. Provavelmente o álcool e o aumento da atividade da enzima estão relacionados. Um outro grupo recebeu, além do tratamento com álcool um medicamento que inibe a ação da enzima. E observou-se cerca de 80% de morte das células. Isso mostra, mais especificamente, que a proteção

é dependente da enzima. Como ela estava inibida a morte das células foi maior. O último grupo foi tratado com álcool, mas os corações de camundongos possuíam uma mutação que reduz a atividade da enzima. Esta mutação é muito comum na população oriental e afeta quase 600 milhões de pessoas no mundo. Neste grupo, 70% das células cardíacas morreram. Isso mostra que, se a enzima não estiver ativa a proteção não vai acontecer. Inc lusive, o álcool ainda vai agravar mais a situação, já que a porcentagem

de células mortas neste grupo e no grupo anterior foi maior do que no primeiro grupo. Resumidamente, o álcool pode ser protetor em pequenas quantidades para a maioria da população, provavelmente por ajudar na ativação da enzima, mas também pode maximizar o dano do infarto em indivíduos com a mutação para a enzima ALDH2. Segundo os pesquisadores, a exposição moderada ao álcool causa um pequeno estresse nas células do coração, não suficiente para matá-las, mas que resulta num

pré-condicionamento. Quando a célula é submetida a um estresse maior, como no infarto, ela já sabe como lidar. Se você gostou desse vídeo, curta e também compartilhe. Até a próxima! Português (Brasil)

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